sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

E aí o povo bêbado vai gritar: "É cam-pe-ão! É cam-pe-ão!"



Os leões e a Arena das Dunas
Não sei se é náusea, nojo ou repulsa, mas o certo é que um sentimento ruim me invade quando passo nas imediações da Arena das Dunas, o deplorável santuário prateado para onde jorram os dinheiros sociais que deveriam ser empregados a favor do ser coletivo a quem chamamos povo. 
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Resultado da decisão insana do então presidente Lula, essa arena, bem como as outras onde onde será realizada a Copa do Mundo, é a representação exata, firme, poderosa, horrenda, do quando se pode gastar impunemente o dinheiro da sociedade em projetos enlouquecidos.

 Mais que isso, a arena é a corporificação do consenso da chamada classe política: todos os partidos, talvez à exceção de PSTU e PSOL, bateram cabeça, aplaudindo a procissão onde o rei está nu. E não houve neste país sociedade civil para contestar a loucura de Lula e de seus sequazes de todos os partidos. 

E temos então no pobre Rio Grande do Norte o despejo de preciosos recursos. A arena, como um liquidificador imenso, sorve tudo e tritura o dinheiro que some em suas entranhas de ferro, chão e grama; e então, em 2014, de quem puder pagar o preço para berrar “gooooooooooooooooooool!”, com o bucho cheio de álcool e euforia, dirá que participa de uma grande festa. Ave, loucos! Ave!

Quando o monumental circo estiver totalmente e armado os pobres serão afastados pela polícia: não, nenhum vendedor de cerveja, cachaça, seja lá o que for, poderá se aproximar da arena: a Fifa não deixa. E o nosso povo aceita tudo, honradíssimo em ter aqui a Copa do Mundo. Grande coisa.

Ao que parece nem mesmo o sinistro nome de arena funciona como pista de tudo o que se faz, de todo o mal que se faz. Arena somente me lembra gladiadores, sacrifícios, sangue, suor e lágrimas. Ah! Sim! Lembrei agora: arena também é martírio.

Martírio, martírio, martírio. Sabe o que é isso? Sabe, todo mundo sabe. Mas a questão é que as pessoas já ficaram tão acostumado a sofrer, coitadas, que se um dia forem convidados a ser jogados a leões na Arena das Dunas, alegando a Fifa que é apenas a festa de abertura da Copa, todas irão. Sorridentes, alegres, suadas, bêbadas e gritando: “É cam-pe-ão! É cam-pe-ão! É cam-pe-ão!”

Depois as feras fazem a festa. E vão fazer de qualquer jeito.






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