Ave, sertão brabo do
Pade Ciço;
Ave, cavalo bom de gado
Vi na televisão que hoje é o Dia
do Sertão. A bença a meu Padim Pade Ciço do Juazeiro, a Frei Damião e aos
vaqueiros rezadores, aqueles que curam no rastro. A bença às benzedeiras e à
santas mulheres antigas, aquelas que iam à missa de mantilha, terço na mão, fé
no olhar.
Nasci em Natal, mas me
considero sertanejo de gosto e vontade de ser de lá. Li em Guimarães Rosa que o
sertão é uma grande espera.
Mas ele não se referia ao sertão do Nordeste, virava-se
a outra instância do sertão: a vastidão do campo largo, batido de vento e percorrido
pela vida dos agrestes que por lá moravam no tempo que ele cifrou em seu livro
famoso. Era um outro sertão, não o nosso; não tinha seca nem vaqueiro encourado.
Mas também é bonito e dele me apego.
Nosso sertão tem a brabeza das
coisas que não têm pena de gente: pedras e calor sem dó. Mas quando chega chuva
criadeira o sertão vira um mar, um mar que só o sertanejo entende em sua alma de
bicho de Deus.
Ave sertão, ave Maria, ave rezadeiras e o bicho lobisomem; ave
cavalos bons de gado.
2 comentários:
Homem com sangue da capitá, mas garra de sertanejo, meu pai, meu velho barreto...Mirna.
Prezado jornalista Emanoel Barreto, meus cumprimentos! Gostaria de saber em qual delegacia posso encontrar os registros do caso do "Monstro de Capim Macio" e como localizar o fotógrafo da época. Aguardo o vosso contato.
Respeitosamente,
Luis Carlos
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