terça-feira, 3 de julho de 2012

Entre a alucinação e o delírio sempre cabe o pesadelo

Tenho acompanhado com crescente preocupação a propaganda do governo do estado. Na TV vivemos em situação de éden ou quase isso. Minha preocupação deve-se ao fato de que, pelo otimismo televisivo, sou levado a supor que alguém no governo esteja oscilado entre a alucinação e o delírio, o que é muito perigoso uma vez que trata-se de alguém com poder. Tanto que decidiu e pôs a público o processo de propaganda.

Detalhando: alucinação é quando você pensa que está vendo algo pomposo, grandioso, fora do comum para o bem ou para o mal e está plenamente convicto de que tem razão; delírio se dá quando o sujeito ingressa no território da fabulação, pensa adiante e vê diante de si um futuro glorioso, doce: um futuro rosado, delicioso. Em se tratando de um governo, insisto, é algo perigoso.

Sou tomado de suspeição exatamente em função do quadro de descalabro instalado, por exemplo, no Hospital Walfredo Gurgel, plenamente contrastante com os anúncios megalomaníacos. 


Minha preocupação aumenta, e muito, quando sou tomado por outro temor: se a situação, que já é ruim, é vista pelo governo como maravilhosa, o que será de nós se de repente as cabeças pensantes entrarem em processo de pesadelo, transferirem o pesadelo para a prática e quiserem que seu pesadelo seja a nossa realidade?


Se isso ocorrer é melhor chamar os holandeses de volta, pedir falência, instalar a recolonização batava e pedir a Deus que algum dia Natal volte a ser Nova Amsterdã. Caso contrário, é esperar o agravamento do quadro, até que o delírio e a alucinação se transformem em pesadelo. Depois, prepare-se: virá, tenho certeza, a Santa Inquisição.

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