quarta-feira, 18 de julho de 2012

Pátio dos milagres

Aproxima-se o período da disputa eleitoral, quando candidatos terão direito a se dirigir ao povo, pedindo seu voto. Todos são tangíveis, visíveis, palpáveis; irão às mais desprovidas localidades e se mostrarrão como gente comum. E o povo termina acreditando, numa espécie de "viver da fé" de que nos falavam os Paralamas do Sucesso. Mas, no fim, fica mesmo é a lama.
http://www.cabecadecuia.com/drops/search/?q=nem%20todo%20porco%20gosta%20de%20lama

É a política. É o tempo em que as torneiras de promesas, sempre chamadas ciosamente de "compromissos", serão abertas, com o anúncio de uma época maravilhosa, com grandes mudanças na vida das pessoas; o Poder Público, de repente, tomado nas mãos por um salvador que, para nós, seria o que seria Dom Sebastião para Portugal em priscas eras. Somente têm o cuidado de não prometer o jorro de leite e mel no casebre do coitado que há meses, muitos meses, implora por um atendimentozinho na rede pública de saúde. 

Ironias à parte, é preciso que se faça esse jogo de convivência com o diabo político, a fim de que, do caldeamento das ideias, comecemos a aparfeiçoar a nossa democracia. Seria preciso, da mesma forma, o fortalecimento de mecanismos de sociedade civil para cobrar dos governos e das casas legislativas maior empenho e compromisso. Senão, ficaremos sempre a esperar que, de iniciativa prórpria, os políticos venham a mudar por si sós. Aí é difícil, é muito difícil, pois são poucos os que querem efetivamente uma sociedade melhor e democrática.

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