Caros Amigos,
Leiam este texto da Folha de S. Paulo:
"O ex-banqueiro Salvatore Cacciola afirmou nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, que nunca foi um foragido da Justiça. "A primeira coisa é que eu nunca fui um foragido. Fui para a Itália com passaporte carimbado", disse. O ex-dono do Banco Marka está foragido do Brasil há oito anos. Ele foi condenado à revelia no Brasil a 13 anos de prisão pela prática de vários crimes."
As declarações foram prestadas logo após o desembarque. Numa demonstração de que tem em si um misto de cinismo, tara social, depravação prazerosa e apetites financeiros viscosos, Cacciola zomba do povo brasileiro, zomba da nossa pobreza, escarnece dos dramas de milhões de pessoas que vivem na linha ou abaixo da linha de pobreza.
Ele contribuiu vigorosamente para a manutenção desse quadro. Com as manobras financeiras que perpetrou, amuletado pelo governo Fernando Henrique Cardoso, que lhe facilitou dólares que visavam impedir a quebra do banco Marka, de sua propriedade, Cacciola é mais um grande retalho a compor o mosaico da tragédia nacional: poucos com muitíssimo; muitíssimos sem nada - ou quase.
E o pior ainda está por vir. Temo que em breve esteja solto. E rico. Muito rico.
Sim, com relação ao título da coluna, é o seguinte: refiro-me ao povo brasileiro. Se Cacciola se diz um não-foragido da justiça, podemos afirmar, em linha inversa, que nosso povo é eternamente um fugitivo da injustiça. Mas, lamentavelmente, sempre na próxima esquina a injustiça está à sua espera. Eterno labirinto.
Emanoel Barreto
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