O governo federal precisa urgentemente tomar alguma providência legal para impedir que funcionários públicos armados façam greves. Mais claramente, proibir que policiais sejam federais, civis ou militares parem de trabalhar. É inadmissível que, a título de protestar por melhores salários ou condições de trabalho - motivos em si justos - os policiais, na prática, estejam dando aos criminosos sinal verde para delinqüir.
Além disso, é próprio das corporações policiais regimentos baseados no respeito à disciplina e à hierarquia, princípios diretamente atingidos com as paralisações. Colocando-se a abordagem num plano mais amplo, percebe-se a fragilidade organizacional do Estado brasileiro, a presença de uma cultura do desequilíbrio social em seu aparelho policial, a fim de que objetivos pecuniários sejam atingidos por esses servidores armados.
A Polícia Federal vem fazendo um excelente trabalho de prevenção e repressão ao crime organizado, merece e deve ser bem remunerada. Mas, paralisar suas atividades é algo inaceitável. É preciso bom senso dos policiais para não deflagrar tais movimentos e sensibilidade do governo, em atender às suas reivindicações.
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