A matéria de capa da Veja trata da questão dos falsos seqüestros, aqueles em que as vítimas, através de contatos por telefones celulares,são convencidas por bandidos de que estes estão com alguém da família em seu poder, exigindo então o pagamento de um "resgate".
A modalidade de crime é um demonstrativo do quanto a sociedade brasileira está à mercê dos criminosos, cuja presença e consistência quase corporativa começa a assustar a quantos se ponham a pensar a respeito.
Nossa brutal disparidade de renda, o crescimento da pobreza e da miséria, a falta de perspectivas para milhões de brasileiros, tudo isso, aliado à inépcia das autoridades policiais e à proverbial incapacidade de o Estado brasileiro estabelecer políticas sociais, paralelas às de ação repressiva, dão um indicativo bastante exato do quanto estaremos expostos aos criminosos, em futuro bastante próximo.
É bastante possível que, em muito, muito pouco tempo, os seqüestros telefônicos sejam assim: "Alô? Aqui é da Bandidos S.A. Estamos com seu filho em nosso poder. Compre 15 mil reais de nossas ações, ou então ele vai aparecer
na rua ral, às tantas horas. Morto."
Do outro lado, choro e dor. São as lágrimas dos inocentes.
Da parte do Estado, silêncio. É a frieza dos incompetentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário