Quem é imputável?
Por Emanoel
Barreto
Era
uma vez a Câmara dos Deputados num país distante. Quando foi um dia, à falta de
ter o que fazer, um deputado fez um pronunciamento de alta indagação e disse:
“Precisamos saber se as putas são imputáveis ou inimputáveis.”
Aí todos os deputados e deputadas disseram: “Ohhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh....” e
ficaram encantados com tal sabedoria.
Em
seguida um deles disse que seria preciso instalar uma CPI para apurar tal
situação e convocaram todas as putas do país para que informassem se seriam
imputáveis ou inimputáveis.
E
vieram todas e foram instaladas nos mais caros hotéis. Dentre elas foi
escolhida a mais famosa e bela. Ao ser indagada se era imputável ou inimputável
não soube responder, pelo simples fato de que jamais tinha ouvido tais
palavras. E, disse, quem não sabe o que uma coisa é não pode ser o que essa
coisa seja.
Um
dos deputados contestou: “Não é pelo fato de que a senhora não saiba que matar
alguém é crime que, matando alguém, deixe de ser punida. Assim, queremos saber
se a senhora e suas semelhantes são imputáveis ou inimputáveis. Isso é
importantíssimo para os destinos da nação.”
A
puta, mesmo sem saber a resposta, propôs o seguinte: “Vamos promover uma grande
festa no plenário da Câmara. Quero bebidas finíssimas, salgadinhos especiais.
Quero que todas as minhas colegas venham para cá que todos os membros da Câmara
participem enlouquecidamente de tudo.”
E
vieram bebidas e comida à larga. E houve grande festim. A festa durou uma
semana. Ao final de tudo, as putas reuniram-se e voltaram com a resposta à CPI,
indagadas que tinham sido se eram imputáveis ou inimputáveis.
Disseram
as moças: “Senhores e senhoras, continuamos sem saber o que seja um imputável
ou um inimputável. Mas de uma coisa temos certeza: vocês todos são uns grandes
filhos da puta. E tenho dito.”
O
plenário foi imediatamente esvaziado. Era melhor não insistir no assunto.
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