Dia 8 de janeiro: o dia em que a direita fracassou
Por Emanoel Barreto
A eleição de Lula representou
mais do que a sua escolha como sucessor de Jair Bolsonaro. A alternância no
Poder representou a escolha do retorno do País aos caminhos civilizatórios, a
substituição do arbítrio, ignorância e boçalidade pelo respeito à Constituição,
a derrocada do fascismo que se pretendia implantar como estatuto de existência
da sociedade, tornando-se o Estado fiador de um status quo nitidamente
inspirado no nazifascismo sob o lema Brasil acima de tudo, consigna também
adotado por Adolf Hitler.
E tão radical, insana, violenta e
fanática é a vivência do bolsonarismo como doutrina mequetrefe, aliada ao
mais ralo e rasteiro senso-comum, que há um mês tínhamos em Brasília a
intentona que tentou miseravelmente levar adiante um golpe de Estado. O monumental
fracasso pôs fim a tal projeto.
Viu-se ali, ao vivo e em cores,
como as forças do fascismo agem expressando todo o seu ódio intenso e sincero. O
que se ouviu foi o grito, o discurso da brutalidade mais densa e adoidada, que
manifestou-se no quebra-quebra e caos instalado com o apoio de setores das
Forças da legalidade, uns poucos que cederam aos berros do porrete fascista.
Tivéssemos agora outro presidente
e estaria o Brasil mergulhado num lodaçal medonho, onde política, religião e
pactos terríveis com segmentos os mais reacionários poderiam até mesmo nos
encaminhar aos abismos de algum tipo de república teocrática ou algo que o
valha.
Diante de tudo o que aconteceu,
da luta que se travou contra o bolsonarismo, da doutrina chã e estúpida que ainda
o nutre apesar da aparente e inicial decadência, havia uma escolha a fazer: nenhum
outro, a não ser Lula, teria condições de enfrentar o minotauro Bolsonaro e vencê-lo;
qualquer outro teria sido derrotado.
Não digo que temos o estadista
perfeito, o ser humano radioso, o grande condutor, o político completo, o
perfil ateniense do ideal da democracia. Não, mas afirmo Lula que é a figura
histórica que mais se aproximou e se aproxima do que se busca para o respeito ao
processo civilizatório.
O dilema era o seguinte: eleger aquele
que hoje preside o País ou o urro de um minotauro; a palavra de quem busca o
esclarecimento ou o murro da estupidez.
Os atos de há um mês provam que
escapamos por pouco de involuirmos à mais miserável situação política,
submetidos ao lema suarento e sujo do nazifascismo.
PS: a tragédia dos yanomami é a
prova concreta do que digo.
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