quinta-feira, 5 de julho de 2007

O Brasil, bem... que pena...

Caros Amigos,
Olhar a realidade brasileira é como pôr óculos escuros, quando já se está em plena escuridão. É como caminhar entre monstros, passear entre feras, equilibrar-se em corda que se vai partir.

O senado está coalhado de corruptos intensos, imorais convictos, profissionais do escuso. Enquanto o presidente Renan Calheiros se expõe com cinismo universal e se alega inocente, outro senador, Joaquim Roriz, cai em meio a um abismo de moral viscosa. Seu suplente está sob suspeita de corrupção e o segundo suplente pode não assumir, para que haja nova eleição ao senado e Roriz possa de candidatar.

Trata-se, na verdade de uma solerte usurpação do sentido do voto e da cidadania.

No Rio, os bandidos estão firmes, apesar de acossados pela polícia e pela Força Nacional de Segurança - e não há indícios de que venham a ficar sob controle.

Em meio a tudo isso, o País gasta milhões com os Jogos Pan-americanos, crianças não têm boa escola, muitos não têm o que comer. Que pena.

Não quero fazer uma ladainha de mazelas, tristezas coletivas, pessimismo em tempos de cólera. Apenas lamento os lamentos; a pobreza conformada; a dor tão grande e tão distribuída; o olhar cabisbaixo; o estranhamento a uma realidade tão pavorosamente larga em incertezas, e prelúdio de mais males.
Emanoel Barreto

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